Como saber se um pet shop é bom ou não antes de levar meu animalzinho até lá?

Faça uma visita como quem não quer nada, converse com os funcionários, com a equipe, veja como eles te recebem, como eles promovem seus serviços e, claro, pesquisa de mercado é fundamental. Converse com clientes que já estão levando seus animais no pet e pergunte o que eles estão achando.

 

O que eu posso observar ao entrar no estabelecimento para saber se é tudo correto, higiênico e profissional?

Veja se o estabelecimento tem pisos e paredes de cor clara e de fácil higienização, se as prateleiras estão limpas e organizadas, veja se ao entrar você não sente odores desagradáveis.

No banho e tosa observe se os funcionários estão usando todos os equipamentos de proteção individual, como máscaras e protetores auriculares, por exemplo. Repare também se no consultório do veterinário existe lixeira com pedal, pia e dispensário de papel-toalha e de sabonete líquido. Isso é o mínimo, ok? Pergunte que dia o responsável técnico estará presente no estabelecimento para poder conversar com ele. Caso o proprietário diga que o responsável técnico só assina, desconfie dessa loja.

 

Quais os cuidados mínimos que os donos devem exigir visando o bem-estar de seu pet?

Que existam protocolos de atendimento padrão para toda a equipe visando que se previnam acidentes, como quedas das mesas de banho e tosa, enforcamentos, brigas entre animais e fugas por causa de portas abertas o tempo todo, sem o menor cuidado com a prevenção.

Que esse estabelecimento tenha uma rotina de higienização adequada e que os produtos disponíveis para venda e/ou uso sejam certificados pelo Ministério da Agricultura e adequados às necessidades dos animais de estimação. Exija também que haja limpeza e que os funcionários tenham noções de bem-estar animal como um diferencial no serviço prestado.

 

Deixei meu cachorrinho no pet shop para tomar banho e ele voltou com os olhos irritados ou com algum machucado ou com carrapatos. O que devo fazer?

Toda vez que algum “incidente” acontecer retorne IMEDIATAMENTE ao local e peça explicações ao veterinário responsável técnico, ao proprietário e aos funcionários que ficaram responsáveis pelo seu animal, pois essa situação deverá ser contornada e resolvida da melhor forma possível para você como consumidor, ou seja, caso haja algum dano e seu animal tenha que, por exemplo, usar medicamentos para sanar a situação, o estabelecimento deverá arcar com as despesas, o que, se não for feito, poderá dar início a um processo no PROCON e mesmo de caráter cível.

 

Há algum registro que comprove que o pet shop está apto para funcionar ou isso não existe?

Os estabelecimentos deverão estar registrados em algumas esferas, a saber: Ministério da Agricultura, Anvisa e Conselho Regional de Medicina Veterinária, fora ainda o alvará expedido pela Prefeitura onde ele se encontre.

 

O que é um bom atendimento nesse setor?

Um bom atendimento hoje é um conceito multifacetado quando levamos em consideração a percepção de valor de cada cliente. Mas o básico precisa ser necessariamente exigido, que é o gostar de animais – isso é o ponto de partida. Porém só isso não basta: um pet shop deverá ter condições que garantam a segurança e o bem-estar dos animais que frequentam, dos seus donos e ainda jamais esquecer a qualidade do ambiente de trabalho de seus funcionários, pois será que você confiaria em um estabelecimento que não dá as mínimas condições de higiene aos seus funcionários? É importante verificar se esse estabelecimento possui um médico- veterinário habilitado a atuar como responsável técnico, não como clínico apenas, mas como aquele profissional que certificará a segurança e os padrões de atendimento dentro de normas técnicas, ou seja, ele irá orientar a compra de produtos adequados, de procedimentos seguros no banho e tosa, bem como ainda esclarecer algumas dúvidas dos clientes sobre questões sobre a saúde de seu animal de estimação, sempre estimulando a realização de uma consulta profissional e mais detalhada, afinal consulta de balcão é o maior erro que ambas as partes podem cometer em se tratando de responsabilidade e ética!

 

 

Autor: Sergio Lobato é Médico Veterinário, consultor e palestrante em Gestão da Inovação e Marketing em Medicina Veterinária. CRMV 4476.